Segundo a ex-ministra da Presidência María Nela Prada, Arce pode ter sido levado para uma prisão nos arredores de La PazSegundo a ex-ministra da Presidência María Nela Prada, Arce pode ter sido levado para uma prisão nos arredores de La Paz

Ex-presidente da Bolívia Luis Arce é preso por corrupção

2025/12/11 03:44

O ex-presidente da Bolívia Luis Arce (sem partido) foi preso nesta 4ª feira (10.dez.2025) por um caso de corrupção relacionado ao Fundo Indígena boliviano, de acordo com María Nela Prada, uma ex-ministra da Presidência durante seu governo. As informações são do Infobae.

Ele estaria envolvido em um suposto caso de desvio de recursos de fundos públicos destinados ao desenvolvimento de comunidades indígenas e rurais. O caso surgiu durante o governo do ex-presidente Evo Morales. À época, Arce era ministro da Economia e teria autorizado desembolsos de verbas estatais para contas privadas. Segundo Prada, Arce pode ter sido levado para uma prisão nos arredores de La Paz, capital boliviana.

Até o momento, não há estimativa oficial que atribua valores definitivos dos prejuízos ao ex-presidente que havia deixado o cargo há cerca de 1 mês para que Rodrigo Paz Pereira (Partido Democrata Cristão, centro-direita) assumisse. Paz derrotou Jorge “Tuto” Quiroga (Aliança Livre, direita) no 2º turno da eleição presidencial.

ENTENDA

O suposto escândalo de corrupção envolve o Fondioc (Fundo de Desenvolvimento para os Povos Indígenas, Originários e Comunidades Camponesas), criado para financiar projetos rurais a partir de parte do imposto sobre hidrocarbonetos. O fundo recebeu 3.197.482.681 bolivianos –nome da moeda local– de 2006 a 2016.

Relatórios oficiais apontam que somente 1.342.418.894 bolivianos foram desembolsados de 2008 a 2014, o que representaria cerca de 42% dos recursos.

A crise veio à tona em 2015, quando a Controladoria Geral do Estado identificou mais de 153 projetos inacabados ou inexistentes e um prejuízo inicial de 71 milhões. Ao converter para taxas atuais, 1 boliviano equivale a 0,79 real brasileiro.

Auditorias e investigações posteriores ampliaram o número de projetos suspeitos para mais de 1.000 e estimativas independentes sugerem perdas que variam —há cálculos de até US$ 182 milhões em perdas.

Relatos apontam que foram feitos desembolsos sem respaldo técnico, pagamentos em contas pessoais e aprovação de projetos sem documentação básica, o que põe em xeque a capacidade de controle da gestão pública.

O fundo era administrado por um conselho composto por representantes de vários ministérios e de organizações sociais vinculadas ao partido MAS (Movimiento al Socialismo), o que deveria assegurar participação indígena e camponesa, mas resultou em fragilidade institucional e discricionalidade na alocação de recursos.

Em 2015, o ex-diretor executivo Marco Antonio Aramayo denunciou a existência de “projetos fantasmas”, estouros de orçamento e desfalques sistemáticos, segundo informações do jornal local Opinión. Aramayo havia sido detido preventivamente e permaneceu preso por cerca de 7 anos. Em 2022, morreu em hospital de La Paz.

Em 2025, houve nova denúncia contra Arce com base em documentos que afirmam que ele integrava o conselho de administração do Fondioc e teria autorizado transferências de recursos sem justificativa enquanto era ministro da Economia (2006-2014).

Uma operação policial e da Felcc (Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen) em 3 de dezembro realizou buscas nas sedes do fundo em La Paz como parte das investigações sobre 8 projetos com suposto dano econômico.

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