O varejo brasileiro ganhou ritmo em outubro e interrompeu a sequência negativa do mês anterior, ao registrar alta de 0,5% no volume de vendas, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (11).
O avanço superou a projeção do mercado e marcou o melhor resultado para um mês de outubro desde 2022, em um movimento acompanhado também por expansão da receita e do varejo ampliado.
Na comparação com outubro de 2024, o varejo restrito registrou alta de 1,1% e no acumulado em 12 meses, atingiu 1,7%, enquanto o resultado de janeiro a outubro somou 1,6%.
O volume de vendas do varejo total também cresceu 1,1% ante outubro de 2024. No ano, o indicador acumula alta de 1,5%.
O economista Maykon Douglas avalia que o resultado de outubro veio melhor que o esperado, considerando que as altas entre os setores foram mais disseminadas, levando o índice de difusão a superar a média histórica no mês.
O especialista aponta que houve uma predominância das atividades mais sensíveis às condições de crédito, embora a base de cálculo deprimida explique boa parte desse resultado. Isso, segundo ele, porque essa parcela do varejo teve resultados ruins há algum tempo, sobretudo na primeira metade do ano.
A receita do varejo restrito subiu 0,4% em outubro ante setembro. Na comparação com outubro de 2024, houve alta de 4,8%.
No varejo ampliado, a receita aumentou 0,3% em outubro frente a setembro. Na comparação anual, houve alta de 2,6%.
Na passagem de setembro para outubro, sete das oito atividades pesquisadas tiveram crescimento:
A única queda veio do grupo Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 0,3%.
No varejo ampliado, dois segmentos avançaram:
O varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, além de material de construção, registrou avanço de 1,1% em outubro, na comparação com setembro.
Na comparação com outubro de 2024, porém, o setor apresentou queda de 0,3%, resultado que mantém o acumulado de 2025 em terreno negativo, com -0,3% entre janeiro e outubro. Em 12 meses, o indicador permaneceu estável, sem variação.
Segundo o IBGE, os dois segmentos que compõem o varejo ampliado tiveram crescimento na série com ajuste sazonal. As vendas de veículos, motos, partes e peças avançaram 3%, enquanto o setor de material de construção cresceu 0,6%.
Sete das oito atividades cresceram ante outubro de 2024. O segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiu 8,1%, segundo o IBGE.
O setor passou a acumular resultado positivo no ano (0,4%) pela primeira vez desde janeiro. Em 12 meses, as perdas vêm diminuindo: -1,5% até julho, -1,3% até agosto, -0,5% até setembro e -0,3% até outubro.
As vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria avançaram 5,7% na comparação anual, completando 32 meses de altas consecutivas.
O setor exerceu a maior influência sobre o varejo, contribuindo com 0,6 ponto percentual dos 1,1% totais. O acumulado no ano passou para 3,7% e o acumulado em 12 meses ficou em 3,8%.
O comércio varejista apresentou crescimento em 19 das 27 unidades da federação na passagem de setembro para outubro.
Os destaques foram Espírito Santo (+2,7%), Rondônia (+2,6%) e Distrito Federal (+2,5%).
Já as maiores quedas foram registradas em Mato Grosso (-1,8%), Rio Grande do Sul (-1,2%) e Maranhão (-1%), enquanto Santa Catarina ficou estável.
No varejo ampliado, 18 estados tiveram alta. Os principais avanços ocorreram no Amapá (+2,8%), Pernambuco (+2,3%) e Distrito Federal (+2,2%).
As maiores quedas foram registradas no Rio Grande do Sul (-2,6%), em Alagoas (-1,4%) e no Tocantins (-0,7%).
Para o último trimestre do ano, o economista prevê que que o setor possa se sair um pouco melhor do que foi no terceiro. No entanto, considera que o varejo continua sendo um dos setores mais afetados pela política monetária contracionista.
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