O BC (Banco Central) pode excluir até 31 instituições financeiras do Pix caso elas não se adaptem às mudanças exigidas pela autoridade monetária em relação aos seus intermediários até o ano que vem. A informação foi divulgada no material do último Fórum Pix, realizado em 4 de dezembro. Eis a íntegra (PDF – 4,4 MB).
As instituições que precisam se adequar são aquelas que não possuem autorização do BC e que, por isso, não têm acesso direto ao SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos). Conhecidas como participantes indiretas do Pix, elas dependem de uma instituição intermediária para realizar a liquidação de suas transações.
Em setembro, o BC publicou uma resolução que atualiza os critérios para empresas que desejam atuar como responsáveis no Pix por instituições de pagamento não autorizadas.
De acordo com a exposição de motivos, o objetivo é garantir que “apenas instituições com maior capacidade de gestão e controle” assumam essa função. Com isso, entidades como cooperativas de crédito deixaram de poder desempenhar esse papel.
O BC informou que 39 instituições não autorizadas já firmaram contratos com intermediários que atendem às novas exigências e, portanto, estão em conformidade. Outras 31, porém, têm até 4 de março de 2026 para substituir seu responsável. Caso não concluam a troca dentro do prazo, serão excluídas do Pix.
A medida faz parte de um movimento mais amplo para reforçar a segurança do SFN (Sistema Financeiro Nacional), após uma onda de ataques cibernéticos. Reportagem do Estadão/Broadcast revelou que, no ano passado, fraudes envolvendo o Pix resultaram em perdas de R$ 4,941 bilhões, segundo dados do BC –alta de 70% em relação a 2023, quando o total perdido foi de R$ 2,911 bilhões.
Em 2024, os ataques continuaram, com os sistemas de (PSTIs) Provedores de Serviços de Tecnologia da Informação entre os principais alvos. Em julho, mais de R$ 800 milhões foram desviados depois da cooptação de um funcionário da C&M, empresa que faz a ponte entre instituições e o SPI. O caso mais grave foi o do banco BMP, que sofreu prejuízo de R$ 479 milhões.
Em setembro, a Sinqia, que também conecta instituições ao sistema financeiro, foi vítima de outro ataque que desviou R$ 710 milhões, dos quais R$ 583 milhões foram bloqueados pelo BC. A principal afetada nesse episódio foi o HSBC.
Segundo normas publicadas pelo BC na Resolução de Regulamento do Pix, as instituições devem seguir as seguintes normas:


