Plataforma chamada de "rede de resistência" quando Moraes mandou derrubar o X no Brasil foi esquecida pelo establishment políticoPlataforma chamada de "rede de resistência" quando Moraes mandou derrubar o X no Brasil foi esquecida pelo establishment político

Bluesky flopa e governo Lula mantém uso do X para se posicionar

2025/12/12 18:00

O X continua sendo a principal rede social usada pelos integrantes do governo. Do 1º escalão da administração petista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 29 ministros têm perfil ativo na plataforma do empresário Elon Musk. O Threads, da Meta de Mark Zuckerberg, vem na sequência (24).

Já o Bluesky não vingou. A plataforma criada por Jack Dorsey, cofundador do Twitter, foi chamada por governistas de “rede de resistência à tirania de Musk” quando o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou tirar o X do ar no Brasil, em agosto de 2024.

À época, houve uma migração de internautas e políticos para o Bluesky.

O X voltou a funcionar no Brasil em outubro de 2024. Lula, ministros e líderes do Governo retomaram os perfis. Há exceções. A primeira-dama Janja Lula da Silva, que disse “fuck you, Elon Musk“, não voltou a postar no X. Sua última publicação é de 30 de agosto de 2024.

  • Metodologia – o levantamento do Poder360 considerou apenas as redes sociais de microblogging. Facebook e Instagram não entram. O perfil foi considerado como sendo ativo se houve uma atualização nos últimos 30 dias –a última verificação em todas as contas analisadas foi feita na noite de 9 de dezembro de 2025.

Ds 38 ministros de Lula, 9 não têm conta ativa no X: 

  • André de Paula, ministro da Pesca;
  • Frederico Siqueira, ministro das Comunicações;
  • General Amaro, ministro do GSI;
  • José Múcio, ministro da Defesa;
  • Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
  • Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
  • Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça;
  • Sidônio Palmeira, ministro da Secom;
  • Wolney Queiroz, ministro da Previdência.

Eis a presença de Lula, Janja e ministros em X, Bluesky e Threads:

  • perfil ativo no X – 30;
  • perfil ativo no Bluesky – 2;
  • perfil ativo no Threads – 24.

O X ainda é uma rede em que faz sentido ter discussão –no Bluesky isso também funcionaria, mas não teve adesão–, o que acaba favorecendo esse tipo de atuação para políticos. Se você quer falar com o público, mesmo o muito interessado em política, faz mais sentido falar no X”, afirmou o diretor técnico da agência de dados Bites, André Eler.

Na avaliação de Eler, outras plataformas, como Instagram e Facebook, também são utilizadas pelos políticos, mas “não favorecem tanto, não valorizam tanto o debate”.

PODERES E REDES SOCIAIS

O Poder360 verificou quais redes sociais os chefes dos Poderes e outros nomes do establishment político utilizam. Com exceção do presidente do Supremo, ministro Edson Fachin, que não tem conta em nenhuma plataforma, os demais têm perfis ativos no X.

Foram considerados:

  • Edson Fachin, presidente do STF;
  • Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado.
  • Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara;
  • Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do Governo no Congresso;
  • José Guimarães (PT-CE), líder no Governo na Câmara;
  • Jaques Wagner (PT-BA), líder do Governo no Senado;
  • Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara;
  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara;
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.

MESMA TENDÊNCIA NO EXTERIOR

A preferência pelo X se repete em outros países. Líderes como Emmanuel Macron (França) e Javier Milei (Argentina) utilizam a plataforma para anunciar decisões, fazer comentários e publicar comunicados oficiais.

Uma exceção é o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). O norte-americano criou sua própria rede, a Truth Social, depois de ser banido do então Twitter. Embora tenha recuperado a conta com a chegada de Musk, Trump segue priorizando sua plataforma.

FATOS POSTADOS ANTES NO X

Como mostrou o Poder360, o bloqueio do X no Brasil em 2024 dificultou o acesso rápido a informações públicas. Advogados, jornalistas, investidores, ONGs e outros profissionais passaram a consultar individualmente os sites oficiais de autoridades internacionais, com maior esforço para apurar informações de interesse público.

Quando o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (democrata), anunciou sua desistência de concorrer à reeleição, o comunicado foi publicado 1º no X, em 21 de julho, e só 3 dias depois ele se manifestou publicamente sobre a decisão.

Há outros exemplos:

  • Hezbollah – a morte do líder do grupo extremista, Hassan Nasrallah, foi divulgada 1º por um oficial do Exército de Israel na plataforma. Nasrallah foi morto em um ataque em Beirute (Líbano), em 27 de setembro de 2024. O X estava bloqueado no Brasil. A mídia brasileira publicou a notícia depois de veículos jornalísticos de outros países;
  • Líbano – o início da operação militar terrestre israelense no sul do país foi anunciado em 30 de setembro pelo Exército de Israel no X. As FDI (Forças de Defesa de Israel) também usam o Telegram para divulgar informações, mas o canal tem só 142.000 inscritos no total. É desconhecido o número de brasileiros que acompanham por lá as notícias do conflito;
  • exílio de líder venezuelano – a ida de Edmundo González (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita), opositor de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Alvarez, no X. A chegada de González à Espanha, em 8 de setembro, foi divulgada pela líder opositora María Corina na mesma rede social.
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