O J.P. Morgan elevou a recomendação para as ações da ISA Energia (ISAE4), passando de underweight (venda) para overweight (compra). O banco também revisou o preço-alvo para o fim de 2026, de R$ 26,50 para R$ 30, uma potencial valorização de 10%.
Segundo o banco, parte relevante do valor da companhia ainda não está refletida no preço das ações, especialmente fatores ligados a questões regulatórias, litígios e ao cenário macroeconômico. A taxa interna de retorno (TIR) real da ISA, estimada em 9,8%, não incorporaria totalmente esses vetores de valorização.
Para o J.P. Morgan, a ISA tende a se beneficiar de um ciclo de queda da Selic. Cada redução de 100 pontos-base pode elevar o lucro por ação projetado para 2026 e 2027 em cerca de 3%.
Na avaliação do JP Morgan, a ação não precifica adequadamente três frentes principais. A primeira envolve um impacto regulatório positivo estimado em 3%. A segunda está relacionada a litígios, que podem gerar valorização adicional entre 23% e 33%.
Já a terceira frente diz respeito ao ambiente de juros: uma queda de 1 ponto percentual na Selic poderia elevar o lucro por ação em cerca de 3%.
Apesar de as ações da ISA acumularem alta de 30% no ano, o desempenho segue cerca de 30 pontos percentuais abaixo do setor. Para o banco, isso se deve à ausência recente de gatilhos claros, ao avanço limitado das negociações judiciais com o governo de São Paulo e à expectativa de postergação dos cortes de juros.
“As ações da ISA Energia continuam oferecendo uma proteção quase perfeita contra a inflação, já que 100% dos contratos são indexados e não há risco de volume. Os fluxos de caixa são estáveis, e mesmo com poucos catalisadores, o papel permanece atrativo”, afirmam os analistas.
No campo regulatório, o J.P. Morgan espera que a companhia retome, no primeiro semestre de 2026, as discussões com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre investimentos realizados entre 2000 e 2012. Esses aportes ainda não receberam remuneração considerada adequada.
A Aneel já reconheceu o direito da ISA à compensação, mas o valor final segue em análise. O banco estima um valor presente líquido (VPL) próximo de R$ 500 milhões associado a esse tema.
Outro ponto relevante é o litígio envolvendo os custos do fundo de pensão, negociado com o governo de São Paulo. A ISA estima esses custos entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões por ano, valores que, segundo a empresa, deveriam ser arcados pelo Estado.
Ao longo de cerca de 20 anos, os desembolsos já somariam aproximadamente R$ 3 bilhões em créditos reivindicados. Ajustado pela Selic, o J.P. Morgan estima que esse montante poderia alcançar R$ 7 bilhões atualmente.
O banco pondera, porém, que um eventual acordo deve envolver desconto sobre o valor ajustado. Além disso, mesmo com um desfecho favorável, os pagamentos futuros ainda implicariam um VPL negativo de 6% no cenário-base. A proximidade das eleições estaduais também reduz a visibilidade de uma solução no curto prazo.
O banco destaca três fatores que podem pressionar a tese de investimento:
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