O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta 4ª feira (17.dez.2025) os governadores cotados como possíveis adversários em 2026, afirmando que eles “não fizeram nada” em políticas sociais nos Estados que administram. A declaração foi dada durante a última reunião ministerial de 2025, realizada nesta 4ª feira (17.dez.2025) na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República. O petista afirmou que programas federais, como o Bolsa Família, pertencem ao país e não a governos.
“Eu já mandei fazer um estudo das políticas sociais dos nossos adversários, do Tarcísio, do Zema, do Caiado, do Ratinho. Sinceramente, perto de nós, não fizeram nada”, disse Lula, sem citar Flávio Bolsonaro, apontado como seu principal rival. O presidente fez menção aos 4 governadores que são considerados como possíveis candidatos da direita à Presidência: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
O presidente ressaltou que, apesar de reconhecer ações de outros governos estaduais, considera que nenhum se equipara ao esforço de inclusão social promovido por sua gestão. Ele também enfatizou a necessidade de planejamento e comunicação clara das políticas sociais para todos os ministros.
Segundo levantamento da Genial/Quaest divulgado em na 3ª feira (16.dez), em um cenário sem o ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa, o presidente Lula venceria qualquer um dos principais adversários no 2º turno, incluindo Flávio Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Romeu Zema (Novo). No embate direto com Flávio Bolsonaro, Lula teria 46% das intenções de voto contra 36% do senador.
No Palácio do Planalto, o desempenho de Tarcísio de Freitas em cenários eleitorais é visto como relativamente mais competitivo, mas a avaliação é que o cenário com Flávio Bolsonaro é o teste eleitoral mais relevante para 2026.
Além de criticar adversários, Lula traçou um panorama de continuidade de programas sociais, afirmando que o país precisa buscar um “salto de qualidade” e avançar além de políticas de inclusão que apenas mantenham benefícios existentes.
Lula afirmou que o Brasil não pode continuar apenas com políticas de inclusão social, destacando que o país já foi ultrapassado pela Rússia na economia mundial. Segundo ele, quando governos que não valorizam políticas sociais assumem, há destruição de programas, e o país precisa sempre apresentar algo novo.
“Vamos para uma disputa com alguém que sabemos que não tem o mesmo perfil de compromisso com a sociedade como nós. Qual é o perfil que alguns dos possíveis candidatos têm para cuidar do povo pobre? A história vai se repetir. O povo vai voltar a ser invisível porque essa gente não enxerga o povo. É por isso que temos que fortalecer a democracia”, disse.
O encontro na Granja do Torto reúne todos os ministros de Estado e marca a 3ª reunião ministerial de 2025. Lula abriu e deve encerrar a reunião, que se estende por horas.
Assista à abertura da reunião ministerial (1h40min):
Após o presidente, falaram o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, com apresentação sobre infraestrutura, e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), sobre a conjuntura política e a relação com Câmara e Senado.
Também devem ter espaço de fala ministros do núcleo político, como Fernando Haddad (Fazenda) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social).
Cerca de metade dos ministros devem deixar o governo em abril de 2026 para disputar eleições. São cotados para sair Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Luiz Marinho (Trabalho) e Wolney Queiroz (Previdência).
A reunião tem caráter de balanço dos quase 3 anos de mandato e serve para alinhar a estratégia política do governo para o ano eleitoral. Após a agenda oficial, está prevista confraternização.
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