O Grupo Vodacom, maior operadora móvel da África do Sul, recebeu um parecer independente de justiça da empresa de auditoria Deloitte confirmando que sua compra planejada de uma participação adicional de 20% na Safaricom do Quênia por $2,1 bilhões é justa para os acionistas. A aprovação elimina uma etapa regulatória chave em seu país de origem.
O parecer de justiça, datado de 5 de dezembro, é crucial porque o negócio é classificado como uma pequena transação entre partes relacionadas de acordo com os requisitos de listagem da Bolsa de Valores de Joanesburgo (JSE). Esta classificação exige que a Vodacom demonstre que o preço de KES 34 ($0,26) por ação é razoável para acionistas minoritários que não têm influência direta sobre os termos.
A confirmação da Deloitte fornece garantia independente de que o preço está dentro de faixas de avaliação aceitáveis para a Safaricom. O parecer, aprovado pela JSE, está agora disponível para inspeção nos escritórios da Vodacom por 28 dias a partir de 5 de dezembro, permitindo que os acionistas revisem a base legal do negócio antes de avançar.
A revisão abrange a aquisição pelo Grupo Vodacom da Vodafone Quênia, o veículo de holding controlado pela Vodafone que possui ações da Safaricom em nome do grupo mais amplo. Enquanto a Vodafone permanece como empresa-mãe, a Vodacom é a operadora subsaariana através da qual grande parte dos negócios africanos do grupo é administrada.
A reestruturação transfere mais propriedade da Safaricom para a unidade sul-africana, fortalecendo o controle do grupo sobre a empresa baseada em Nairóbi, enquanto dá à Vodafone Quênia um papel direto em uma transação paralela com o governo queniano.
A aquisição faz parte de uma série mais ampla de transações que mudam o controle da empresa mais lucrativa da África Oriental. Do lado queniano, a Vodafone Quênia está comprando uma participação de 15% do governo queniano por KES 204,3 bilhões ($1,58 bilhão) da própria venda de ações, subindo para KES 244,5 bilhões ($1,89 bilhão) quando incluído um pagamento adiantado de dividendos. Esse negócio eleva a propriedade estrangeira direta da Safaricom para 55% e reduz a participação do estado para 20%.
A consolidação traz a Safaricom mais firmemente para a estrutura da Vodafone e Vodacom em um momento em que o grupo busca maior escala em dinheiro móvel, Etiópia e serviços digitais regionais.
Na África do Sul, o parecer de justiça dá cobertura à Vodacom para absorver uma fatia maior dos lucros da Safaricom, que se tornaram uma fonte central de crescimento para o portfólio mais amplo do grupo.
A aprovação da JSE aproxima a transação da conclusão, pendente etapas regulatórias finais no Quênia e dentro da estrutura do grupo.
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